Não é por acaso que o sexo e a arte se definem entre si constantemente. Ambos são expressões humanas, apaixonadas, apaixonantes, que provocam emoções e nos fazem refletir sobre a vida e a morte. Não é por acaso que o sexo e a arte são sempre tão perseguidos nas suas manifestações. Ambos revelam o lado mais íntimo de cada um de nós, ambos exaltam formas diferentes, por vezes até revolucionárias, de ver o mundo a partir do nosso lado mais profundo, ambos refletem lados ocultos do complexo animal humano e, amiúde, subvertem os regimes instaurados, sejam sociais, políticos ou meramente pessoais. A arte e o sexo convivem com tabus e preconceitos, e com visões muitas vezes irracionais do que o ser humano é ou poderia vir a ser. São reflexos dos nossos egos e dos nossos ecos. São dimensões ainda desconhecidas na nossa existência e por isso são tão destabilizadoras para o poder instaurado. Mas tal como em toda a história do mundo e da natureza, nenhum deles desapareceu com nenhuma catástrofe ou decreto. Enquanto houver humanidade haverá arte e enquanto houver vida na terra haverá sexo.